O monumento ao Cristo Redentor será iluminado em verde e amarelo para homenagear a ótima campanha brasileira nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Numa parceria entre o Núcleo Esporte e Fé do Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor e o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), o símbolo do Brasil ficará nas cores da bandeira brasileira no próximo domingo, 8 de setembro, dia do encerramento dos Jogos, das 19h30 às 21h30.
O trabalho realizado no ciclo entre Tóquio e Paris resultou na maior delegação brasileira em uma edição dos Jogos fora do país. São 280 atletas que participam dos Jogos Paralímpicos de Paris. O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) convocou 255 atletas com deficiência, e também viajaram à França 19 atletas-guia (18 do atletismo e 1 do triatlo), três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo.
Antes, a maior equipe nacional era um total de 259 convocados em Tóquio 2020. O recorde de participantes do país foi nos Jogos do Rio 2016, ocasião em que o Brasil foi sede do megaevento e contou com 278 atletas com deficiência.
O número histórico de atletas se transformou em medalhas e recordes mundiais, fortalecendo o Brasil como potência paralímpica. Em Paris, o Brasil alcançou sua 400ª medalha na história dos Jogos Paralímpicos. A honra coube ao paulista André Rocha, que foi bronze no lançamento de disco da classe F52 (competem em cadeiras de rodas) no atletismo.
Nas piscinas, o mineiro Gabriel Araújo, que, com seu jeito descontraído fez com que os franceses o chamassem, com intimidade, de Gabrielzinho, somou mais três medalhas de ouro ao seu vitorioso currículo. Ele já contava com duas medalhas douradas de Tóquio 2020 e se tornou bicampeão paralímpico em duas provas, os 50m livre e os 200m livre da classe S2 (limitações físico-motoras).
Dos 255 atletas com deficiência convocados, 117 foram mulheres, equivalente a 45,88% do total dos competidores. O número representou a maior convocação feminina brasileira em Jogos Paralímpicos. Isso também resultou em resultados históricos para as mulheres brasileiras no megaevento.
A nadadora pernambucana Carol Santiago, da classe S12 (deficiências visuais), se tornou a mulher brasileira que mais ouros ganhou na história dos Jogos Paralímpicos, com seis medalhas douradas. Foram três em Paris 2024 (50m livre S13, 100m livre S12 e 100m costas S12), que foram somadas às três que ela ganhou em Tóquio 2020 (50m livre, 100m livre e 100m peito, todas na classe S12).
A acreana Jerusa Geber conquistou seu primeiro ouro paralímpico após 16 anos na batalha pela medalha dourada - ela já tinha duas pratas e dois bronzes, conquistados em três edições diferentes (Pequim 2008, Londres 2012 e Tóquio 2020). Ela venceu em Paris os 100m na classe T11 (deficiências visuais), no atletismo, e de quebra bateu o recorde mundial, na semifinal, com o tempo de 11s80. Jerusa foi a primeira mulher cega a correr os 100m abaixo dos 12s. Somente outras três atletas conseguiram repetir isso até hoje.
Ainda no atletismo, a paulista Beth Gomes, que levou a bandeira do Brasil na Cerimônia de Abertura dos Jogos de Paris, junto com Gabrielzinho, ganhou a medalha de ouro no lançamento de disco na classe F53 (competem em cadeiras de rodas), aos 59 anos. Ela ainda bateu o recorde mundial de sua classe no arremesso de peso, com a marca de 7,82m. Beth tinha um ouro em Tóquio 2020, no lançamento de disco.
A campanha histórica teve medalhas, e também recordes mundiais, e não foram só Jerusa e Beth que conseguiram esse feito. Gabrielzinho fez isso duas vezes na mesma prova na natação, nos 150m medley da classe SM3. A marca definitiva, na final, foi de 3min14s02.
Nos 1500m da classe T11 (deficiências visuais), o sul-mato-grossense Yeltsin Marques ganhou o ouro e bateu o recorde mundial, que era dele mesmo. O tempo foi de 3min55s82. Nos 5000m também da classe T11, o paulista Júlio César Agripino ganhou a medalha dourada e bateu o recorde mundial com o tempo de 14min48s85.