Ser justo

Você já parou para pensar o que é ser uma pessoa justa? Imaginamos que seja alguém correto, que segue todas as normas, que analisa os lados de uma situação e que não coloca os seus interesses pessoais como principais ou soberanos, não é mesmo? Mas, mais do que isso, ser justo é uma virtude, tem a ver com caráter, com a escuta de Deus no coração. 

A liturgia deste domingo, o último do advento, que nos prepara para a vinda do Senhor, apresenta São José como homem justo. Só que, se a justiça dele fosse a que coloca em prática apenas o que determina a lei, ele teria usado o seu direito de denunciar Maria, sua esposa — grávida, embora ainda não morassem na mesma casa e não tivessem relações sexuais —, como adúltera. No entanto, o seu coração bondoso o levou a buscar uma forma de deixá-la sem provocar escândalo: ele ia abandoná-la, em segredo. Mas Deus, ciente de que ele havia tomado essa decisão por não saber a verdade dos fatos: que Maria havia concebido pelo Espírito Santo, interveio enviando um anjo para falar com ele:

“José, filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo de seus pecados.” (Mt 1,20-21)

E o texto fala que “quando acordou, José fez como o anjo do Senhor havia mandado e aceitou sua esposa”! (Mt 1,24) Que linda a fé de José! Ele poderia achar que havia sido apenas um sonho bobo, ou que sua mente havia produzido uma explicação que justificasse tudo, para ele não sofrer a dor da suposta traição... Mas, não! Ele era um homem de fé, que estava com o coração preparado para ouvir a direção de Deus. 

Deus também fala comigo e com você. Mas será que, como José, a gente o escuta e coloca em prática o que nos pede? Será que nosso coração é bondoso e capaz de desejar o bem ao outro antes de considerar nossos próprios interesses? 

Que a justiça e a bondade de São José nos inspirem e preparem nosso coração para o Natal!


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