Oração pede sinceridade

É fato que muitas pessoas se afastam de nós quando somos sinceros. Há quem viva repetindo que “sinceridade demais é falta de educação”. E, infelizmente, acabamos levando essa falsa máxima popular para a nossa vida espiritual, já notou? Santo Agostinho dizia que “Deus é o íntimo mais íntimo de mim”. Por isso mesmo, Ele compreende nossas atitudes e, diferente de muita gente, realmente nos acolhe do jeito que somos, por saber da nossa limitação. Costumo dizer que, geralmente, o Senhor segue na contra-mão dos homens: Ele é Aquele que tolera tudo, menos um coração fingido! Quanto mais sinceros formos com Deus, mais próximos seremos! E isso é lindo!
Está aí a razão de eu não ter medo de contar para o Senhor o que passa pela minha cabeça e o que existe em meu coração. É também uma forma de expor as minhas fragilidades e necessidades e ainda partilhar meus sonhos e projetos com Ele. Sabe por que é bom agir assim? Porque ao enfrentar minhas verdades, sobre mim mesmo e a noção de mundo ao meu redor, fica evidente a minha pequenez e aí sou livre para reconhecer que Deus é soberano sobre tudo isso. Dou, então, a Ele o lugar que lhe é devido, tomo consciência de que não sou melhor do que ninguém e também não me ensoberbeço, por julgar mal aos outros e por ter uma falsa imagem de quem realmente sou. 
Não é raro, ao pararmos para falar com Deus, querermos nos justificar... Mas para quê? Ele é o único que sabe sobre as nossas mais profundas verdades! O evangelho que faz parte da liturgia deste domingo vem lembrar justamente isso, ao contrapor a oração de um fariseu e a de um cobrador de impostos, nas quais um enaltece a si próprio e o outro se reconhece pecador. Jesus, então, adverte: 
“Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado.”
(Lc 18,14b)
Porque a verdade é que se alguém se declara justo a si mesmo não é declarado justo por Deus, que age apenas com base na Sua misericórdia e amor gratuitos. E vale a pena lembrar que o Senhor sempre nos ouve, não nos enganemos!

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