É fácil a gente confiar em Deus quando tudo vai bem na nossa vida. Dizer que o Senhor está no controle, quando, de alguma maneira, estamos apoiados por nossas seguranças humanas: temos casa, emprego, dinheiro, um amor. Mas quando uma dessas coisas, que consideramos fundamentais, sai da nossa história parece que perdemos o chão. E aí, a primeira coisa que fazemos é desconfiar da providência e do amor de Deus por nós. Não é assim? Infelizmente!
Mas será que já paramos para pensar que são as ocasiões de contrariedade que nos dão a oportunidade de perceber, de uma forma mais concreta, a presença e a ação de Deus na nossa história? Quando todas as nossas seguranças humanas se vão, o exercício do abandono aos cuidados do Senhor parece uma aventura para a qual não estamos preparados. Porque, no fundo, temos muito medo do que pode nos acontecer. No entanto, não é necessária essa desconfiança. Veja a beleza do cuidado de Deus conosco, que o evangelho deste domingo narra:
“Portanto, não vos preocupeis, dizendo: ‘O que vamos comer? O que vamos beber? Como vamos nos vestir? Os pagãos é que procuram essas coisas. Vosso Pai, que está nos céus, sabe que precisais de tudo isso. Pelo contrário, buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo. Portanto, não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas preocupações! Para cada dia bastam seus próprios problemas.” (Mt 6,31-34)
É libertador entender que o Pai sabe de tudo que precisamos. E que, se nos voltamos para o Seu Reino e a Sua justiça, Ele nos dará todas essas coisas de que necessitamos. Às vezes, ficamos tão focados em providenciar o que nos falta que sequer encontramos tempo para as coisas de Deus!... E aí nos queixamos de não ter o necessário? A regra é clara: cuidamos das coisas de Deus e Ele cuida das nossas. Nossa vida deve ser vivida em Deus e para Deus. Todo o resto, que julgamos necessário, é importante. Mas é acréscimo, no Seu amor por nós.