Monumentos pelo Brasil são apagados em ato simbólico liderado pela TUCCA para conscientização sobre o câncer ocular infantil

Um gesto simples, mas de enorme impacto: apagar as luzes. Nessa quinta-feira, 18 de setembro, monumentos em diferentes cidades brasileiras – entre eles o Cristo Redentor (RJ), a Igreja da Pampulha (Belo Horizonte), o Theatro Municipal de São Paulo e a Sala São Paulo, na capital paulista – ficaram às escuras em uma ação coordenada que simboliza a cegueira causada pelo retinoblastoma, tipo de câncer ocular que afeta crianças desde os primeiros anos de vida.

A iniciativa faz parte de uma mobilização nacional da TUCCA – Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer, entidade referência no tratamento da doença, que lidera o movimento de conscientização sobre a doença há mais de 20 anos. Desde 2001, a TUCCA promove ações públicas e campanhas educativas que ajudaram a instituir o 18 de setembro como o Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma. Neste ano, a campanha é divulgada em múltiplas frentes – redes sociais, televisão, rádio, imprensa, além da mobilização de monumentos e espaços históricos. O lema “Olhinho diferente, pediatra urgente” segue reforçando a mensagem central: atenção aos primeiros sinais pode salvar a visão e a vida das crianças.

Mobilização crescente pelo Brasil 

A mobilização se fortalece a cada ano. Além do Santuário Cristo Redentor – parceiro da causa há mais de uma década – novos monumentos e edifícios históricos se unem à campanha. A TUCCA também negocia a adesão de outros espaços emblemáticos em diferentes regiões do país. A ideia é simples e poderosa: quanto mais luzes se apagarem, mais olhos se abrirão para os sinais da doença.

“Queremos transformar cada monumento apagado em um farol de informação. Quando a sociedade entender que o retinoblastoma é curável se diagnosticado precocemente, podemos mudar a realidade de muitas famílias todos os anos”, destaca Eliana Cardinali, diretora institucional da TUCCA.

Retinoblastoma: um tumor que dá sinais claros – e pode ser 100% curado O retinoblastoma é o câncer ocular mais comum na infância e atinge cerca de 400 crianças por ano no Brasil, a maioria com menos de cinco anos de idade. Apesar de ser 100% curável quando diagnosticado precocemente, ainda provoca cegueira e até a morte em casos de diagnóstico tardio ou falta de acesso a tratamento especializado.

O principal sintoma é o chamado “olhinho de gato” – um reflexo branco que aparece na pupila, especialmente em fotos com flash. Estrabismo, vermelhidão ocular e baixa visão também são sinais de alerta. Mais de 90% dos casos são percebidos primeiro pelos pais ou cuidadores, mas muitas vezes os sinais são subestimados por profissionais de saúde.

“Não podemos aceitar que metade dos casos no Brasil ainda chega tardiamente ao diagnóstico. Estamos falando de uma doença curável, desde que reconhecida cedo e tratada em centros especializados”, alerta o oncologista pediátrico Dr. Sidnei Epelman, Diretor do Serviço de Oncologia Pediátrica do Santa Marcelina Saúde e Presidente da Associação TUCCA.

Tecnologia, tratamento integral e impacto social

O Centro de Atenção Integral à Criança com Retinoblastoma, mantido pela TUCCA em parceria com o Hospital Santa Marcelina Saúde, em Itaquera (SP), é referência nacional. O espaço reúne equipe multidisciplinar e tecnologias de ponta – como a RetCam, equipamento que permite diagnóstico precoce e preciso – além de terapias modernas, como a quimioterapia intra-arterial, que já têm salvado não apenas vidas, mas também a visão de muitas crianças. O impacto vai além da saúde: ao preservar a visão e oferecer cuidado integral, a TUCCA ajuda crianças a manterem qualidade de vida, desenvolvimento educacional e integração social. 

TUCCA: mais de duas décadas de mobilização e cuidado integral 

Fundada em 1998 pelo oncologista pediátrico Sidnei Epelman, a TUCCA oferece, em parceria com o Santa Marcelina Saúde, tratamento gratuito e de excelência a pacientes de baixa renda atendidos pelo SUS. Único serviço de oncologia pediátrica da Zona Leste de São Paulo, combina diagnóstico rápido, terapias avançadas e cuidado humanizado, mantendo índices de cura comparáveis aos melhores centros do mundo. Ao longo de 27 anos, já beneficiou mais de 5.500 crianças e adolescentes, sempre com assistência totalmente custeada por doações, patrocínios e eventos beneficentes. A TUCCA oferece:

- Diagnóstico preciso e tratamento integral com medicamentos de alto custo; 

- Equipamentos de última geração; 

- Assistência multidisciplinar; 

- Hospice: assistência especializada para pacientes em cuidados paliativos; 

- Transporte gratuito e de qualidade; 

- Laboratório de Patologia Molecular e Biologia Celular; 

- Centro de Atenção Integrada à Criança com Retinoblastoma. 

Uma noite para iluminar consciências 

No próximo 18 de setembro, quando as luzes de alguns dos principais cartões-postais do Brasil se apagarem, a mensagem que se acende é uma só: o diagnóstico precoce salva vidas e preserva a visão.