Conforme já a Tradição de alguns anos, o Romano Pontífice escreve a todo o orbe uma mensagem por ocasião do dia mundial da paz, dia 1º de Janeiro. Esta de 2018 é a 51° mensagem. Tem como o título: Migrantes e refugiados: homens e mulheres em busca de paz. A mensagem feita pelo Santo Padre fora escrita no dia 13 de novembro de 2017, dia da memória de Santa Francisca Xavier Cabrini, Padroeira dos migrantes.
A mensagem para este ano, possui os seguintes tópicos: 1 – Votos de paz, 2 – Porque há tantos refugiados e migrantes? 3 – Com olhar contemplativo, 4 – Quatro pedras miliárias para a ação, 5 – Uma proposta para Pactos internacionais e 6 – Em prol da nossa casa comum.
1 – Votos de paz. O Papa Francisco, deseja a paz a todas as nações da terra! Ele também recorda os mais de 250 milhões de migrantes no mundo, dos quais 22 milhões e meio são refugiados. Francisco abraça com o espírito de misericórdia, todos aqueles que fogem da guerra e da fome ou são constrangidos a deixar a sua própria terra por causa de discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental. O Papa vai dizer que “acolher o outro requer um compromisso concreto, uma corrente de apoios e beneficência, uma atenção vigilante e abrangente, a gestão responsável de novas situações complexas que às vezes se vêm juntar a outros problemas já existentes em grande número, bem como recursos que são sempre limitados” (Retirado do site: https://w2.vatican.va/content/francesco/pt/messages/peace/documents/papa-francesco_20171113_messaggio-51giornatamondiale-pace2018.html. Último acesso: 26/12/2017). O pedido feito aos governantes foi o seguinte: “os governantes têm uma responsabilidade precisa para com as próprias comunidades, devendo assegurar os seus justos direitos e desenvolvimento harmônico, para não serem como o construtor insensato que fez mal os cálculos e não conseguiu completar a torre que começara a construir”(Retirado do site: https://w2.vatican.va/content/francesco/pt/messages/peace/documents/papa-francesco_20171113_messaggio-51giornatamondiale-pace2018.html. Último acesso: 26/12/2017).
2 – Porque há tantos refugiados e migrantes? – No ano de 2000 o Papa São João Paulo II em sua mensagem por ocasião do jubileu de 2000 incluiu o número crescente de refugiados entre os efeitos de “uma sequência infinda e horrenda de guerras, conflitos, genocídios, “limpezas étnicas”, que caracterizaram o século XX. A primeira razão das pessoas quererem migrar é o desejo de uma vida melhor, unido muitas vezes ao intento de deixar para trás o “desespero” de um futuro impossível de construir. As pessoas partem para se juntar à própria família, para encontrar oportunidades de trabalho ou de instrução: quem não pode gozar destes direitos, não vive em paz. Além disso, como o Papa sublinhou na Encíclica Laudato Sì, “é trágico o aumento de migrantes em fuga da miséria agravada pela degradação ambiental (Retirado do site: https://w2.vatican.va/content/francesco/pt/messages/peace/documents/papa-francesco_20171113_messaggio-51giornatamondiale-pace2018.html. Acesso pela última vez: 26/12/2017).
3 – Com olhar contemplativo – Precisamos de lançar, também sobre a cidade onde vivemos, este olhar contemplativo, “isto é, um olhar de fé que descubra Deus que habita nas suas casas, nas suas ruas, nas suas praças (...), promovendo a solidariedade, a fraternidade, o desejo de bem, de verdade, de justiça”, por outras palavras, realizando a promessa da paz” (Retirado do site: https://w2.vatican.va/content/francesco/pt/messages/peace/documents/papa-francesco_20171113_messaggio-51giornatamondiale-pace2018.html. Último acesso: 26/12/2017). Quem estiver animado por este olhar será capaz de reconhecer os rebentos de paz que já estão a despontar e cuidará do seu crescimento. Transformará assim em canteiros de paz as nossas cidades, frequentemente divididas e polarizadas por conflitos que se referem precisamente à presença de migrantes e refugiados.
4- Quatro pedras miliárias para a ação – Existem quatro ações: acolher, proteger, promover e integrar. Acolher - Recorda-nos a Sagrada Escritura: “Não vos esqueçais da hospitalidade, pois, graças a ela, alguns, sem o saberem, hospedaram anjos” (Carta aos Hebreus 13, 2). Proteger - Deus não discrimina: “O Senhor protege os que vivem em terra estranha e ampara o órfão e a viúva” (Salmo 146, 9). Promover - “a exortação: «Amarás o estrangeiro, porque foste estrangeiro na terra do Egito” (Livro do Deuteronômio 10, 18-19). Integrar - “Portanto – como escreve São Paulo – já não sois estrangeiros nem imigrantes, mas sois concidadãos dos santos e membros da casa de Deus” (Carta aos Efésios 2, 19).
5 – Uma proposta para Pactos internacionais – A Secção Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral sugeriu 20 pontos de ação como pistas concretas para a implementação dos supramencionados quatro verbos nas políticas públicas e também na conduta e ação das comunidades cristãs. Estas e outras contribuições pretendem expressar o interesse da Igreja Católica pelo processo que levará à adoção dos referidos pactos globais das Nações Unidas. Um tal interesse confirma uma vez mais a solicitude pastoral que nasceu com a Igreja e tem continuado em muitas das suas obras até aos nossos dias.
6 – Em prol da nossa casa comum – O Papa Francisco, recorda as palavras de São João Paulo II: “Se o “sonho” de um mundo em paz é partilhado por tantas pessoas, se se valoriza o contributo dos migrantes e dos refugiados, a humanidade pode tornar-se sempre mais família de todos e a nossa terra uma real “casa comum” (Retirado do site: https://w2.vatican.va/content/francesco/pt/messages/peace/documents/papa-francesco_20171113_messaggio-51giornatamondiale-pace2018.html. Último Acesso: 26/12/2017).
Saibamos rezar e acolher os irmãos e irmãs que vivem completamente à margem da sociedade. Acolher os pequeninos é acolher o próprio Cristo: “Boni facere parvulis”. Fazer bem, aos pequeninos sempre. Que a Sagrada Família de Nazaré ilumine a todas as famílias e as crianças que vivem este contexto da imigração e de ser refugiado.