Lançamento do livro Vida: Minha história através da História Por Papa Francisco no Santuário Cristo Redentor

No dia 23 de maio, às 19h30, foi lançado o livro VIDA: minha história através da História (HarperCollins) no Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, em uma coletiva de imprensa, com a presença do reitor do Santuário, Padre Omar, e a realização de uma projeção especial no monumento ao Cristo Redentor. 

Na parceria com o Santuário Cristo Redentor e o Instituto Redemptor, o grupo HarperCollins Brasil, como forma de propagar e incentivar o acesso à literatura, também fará a doação de mais de 1500 exemplares de seu acervo para abastecer a Biblioteca Social O Sol e demais instituições apoiadas pelo Santuário. 

Sobre o livro 

Papa Francisco falou repetidamente - especialmente nos últimos anos - sobre o valor que se pode encontrar na partilha de memórias, histórias e recordações de uma geração para a outra; a forma como isso une as pessoas; e a importância de aprender com a história à medida que procuramos o caminho a seguir. 

Em VIDA: minha história através da História (HarperCollins), o Sumo Pontífice, agora em sua nona década, pratica o que prega contando pela primeira vez a história de sua vida através dos eventos que marcaram a humanidade nos últimos oitenta anos - desde a eclosão da Segunda Guerra Mundial até os dias atuais. E faz isto com um propósito específico em mente. "Este livro foi escrito para que, especialmente os mais jovens, possam ouvir a voz de um idoso e refletir sobre o que o nosso planeta viveu, para não repetir os erros do passado.”

 Esse trabalho extraordinário surgiu de uma série de conversas entre o Pontífice e o jornalista e Vaticanista italiano Fabio Marchese Ragona. Na obra, a voz do Papa alterna-se com a narração de Ragona, que fornece um contexto histórico para os acontecimentos importantes, dramáticos e definidores dos quais Francisco foi testemunha. O resultado é um livro repleto de memórias de um padre que, do seu ponto de vista muito pessoal, narra o extermínio dos judeus pelos nazistas, o bombardeio atômico de Hiroshima e Nagasaki, o pouso na Lua, a queda do Muro de Berlim, a grande recessão econômica de 2008, o colapso das Torres Gêmeas em 11 de setembro, a pandemia e muito mais. 

Ao refazer a sua vida ao longo de quase nove décadas de acontecimentos que marcaram a humanidade, Papa Francisco partilha mensagens importantes sobre um vasto número de questões fundamentais que vão desde a fé, a família e a pobreza, até o diálogo inter-religioso; do progresso científico às alterações climáticas, à discriminação racial e mais além. Destaques de VIDA: minha história através da História incluem: 

  •  Recordações das histórias que o Papa Francisco ouviu de seus avós sobre a migração da Itália para a Argentina e como ele veio a entender a dor causada pela guerra e pela violência quando milhares de imigrantes da Europa chegaram a Buenos Aires durante a Segunda Guerra Mundial. O Papa conta aos leitores, entre outras coisas, a sua relação com a avó, os momentos que passou no estádio de futebol com toda a família e os primeiros encontros com os imigrantes poloneses que trabalharam com o pai. Ele escreve: “Quando eu ia encontrar papai no trabalho, com 8 ou 9 anos, às vezes parava para escutar suas histórias. Eram corajosos, aqueles poloneses. Havia uma dezena deles, todos com um grande coração. Suas histórias eram muito dolorosas, pois falavam de famílias destruídas, de amigos enviados ao front que nunca mais voltaram, de mães que esperavam abraçar de novo suas crianças e que recebiam flores pela morte de seus filhos em vez disso”. 
  •  Reminiscências sobre a Guerra Fria, o Macartismo e a execução de Julius e Ethel Rosenberg. Entre outras coisas, o Papa Francisco reflete aqui sobre a injustiça da pena de morte. 
  • Como os primeiros movimentos de uma vocação sacerdotal no futuro Papa, aos 11 anos, explodiram plenamente seis anos depois. Francisco narra esses momentos muito íntimos e o segredo que guardava de amigos e familiares. Escreve: “aqueles anos, os 1950, foram os mais importantes da minha vida. Naquela década, tive a experiência do trabalho, do amor, de escapar da morte por um triz e da vocação sacerdotal”. 
  • Memórias do momento exato em que ele assistiu na TV ao pouso na Lua, apesar das controvérsias com alguns irmãos. Papa Francisco exprime a sua opinião sobre o progresso científico, sobre o uso da inteligência artificial, sobre a relação entre fé religiosa e ciência e sobre as possíveis formas de vida existentes no universo.
  •  Vivendo o golpe de Videla na Argentina. Papa Francisco - antes, apenas o padre Jorge Bergoglio e chefe da ordem dos Jesuítas - descreve pela primeira vez o momento em que soube do golpe de estado e de como tentou ajudar os alvos dos esquadrões da morte da Junta. Ele escreve sobre a tentativa de "vingança" que algumas figuras políticas tentaram fazer contra ele: “era a vingança de algum causador de confusão que sabia muito bem quanto eu me opunha àquelas atrocidades”. Graças a testemunhas que antes haviam permanecido em silêncio, as alegações contra o agora Pontífice acabaram perdendo força. 
  • Reflexões sobre a queda do Muro de Berlim e a alegria que o Papa Francisco sentiu naquele dia ao ver, finalmente, tantas famílias reunidas. Ele escreve: “as imagens das pessoas idosas aos prantos me comoveram, mas me emocionei ainda mais com os abraços entre os membros de uma família que tinham sido separados pelo muro e, enfim, se reencontravam em Berlim Ocidental. Vi tudo isso com o coração cheio de uma alegria particular, pois, em minha família materna, houve, no passado, episódios de inimizade entre irmãos e primos, algo que me fez sofrer muito”. 
  • Os pensamentos do Papa Francisco sobre a renúncia de Bento XVI e como o Papa Emérito foi explorado para fins políticos por aqueles cujo interesse próprio superestimou a possibilidade dramática de uma cisão dentro da Igreja. Ele também apresenta uma perspectiva profundamente pessoal sobre o conclave que o elegeu, incluindo o momento exato em que percebeu que seus colegas cardeais estavam pensando nele como sucessor de Bento XVI. 
Tendo sido eleito com um mandato para reformar a Cúria - conjunto de órgãos que dirige o Vaticano -, Papa Francisco conclui seu livro com algumas reflexões sobre o futuro da Igreja, incluindo a necessidade de abandonar a rigidez do passado e superar o tipo de manobra conduzida por aqueles na Igreja que procuram frear a reforma. 

Vida: minha história através da História é um lembrete urgente para todos nós de que há muito a ganhar quando refletimos sobre as coisas que vimos e fizemos e nos esforçamos para aprender com o nosso passado. "Depois de atingirmos certa idade é importante, até para nós mesmos, reabrir o livro das memórias e lembrar: para aprender olhando para trás no tempo, encontrar as coisas ruins, as tóxicas que vivemos junto com os pecados cometidos, mas também para reviver tudo de bom que Deus nos enviou. É um exercício de discernimento que todos devemos fazer, antes que seja tarde!” 

Sobre o autor: 

Papa Francisco nasceu Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires em 1936, filho de imigrantes italianos. Concluiu o ensino secundário como técnico químico, mas sentiu um apelo ao sacerdócio como Jesuíta, juntando-se ao noviciado em 1958, aos 22 anos. Foi ordenado sacerdote em 1969 e serviu como superior provincial jesuíta na Argentina de 1973 a 1979. Ele se tornou o Arcebispo de Buenos Aires em 1998, foi criado Cardeal pelo Papa João Paulo II em 2001 e serviu nessa função até 2013, quando foi nomeado o 266º Papa da Igreja Católica Apostólica Romana após a renúncia do Papa Bento XVI. Ele é o primeiro “Papa das Américas”, o primeiro não europeu e o primeiro jesuíta a ser nomeado Sumo Pontífice.