No dia 22 de maio celebramos a memória facultativa de Santa Rita de Cássia, religiosa. Essa comemoração se transforma em festa em tantas igrejas e capelas que a tem como padroeira, assim como na devoção da maioria do povo brasileiro. De acordo com os escritos de divulgação e sites que explicitam a vida dos santos, ao conhecer um pouco da vida da santa, somos convidados à santidade. O Brasil tem sido agraciado com vários processos de beatificação e canonização. O Santos nos ajudam a viver ainda melhor o nosso caminho cristão. Longe de atrapalhar a liturgia, na realidade, a sua comemoração nos ajuda ainda mais a dar visibilidade aquilo que a liturgia de cada dia nos convida: de sermos discípulos missionários do Senhor.
De acordo com os escritos de divulgação, Santa Rita nasceu provavelmente no ano 1381 em Roccaporena, uma aldeia situada na Prefeitura de Cássia, na província de Perugia. Os seus pais (Antonio Lotti e Amata Ferri) eram pessoas de fé, porém de situação econômica precária, mas a família vivia de modo decoroso e tranquilo.
A história de Santa Rita foi repleta de eventos extraordinários (muitos sem comprovação histórica) e um destes se mostrou na sua infância. A criança, talvez deixada por alguns minutos sozinha em uma cesta na zona rural enquanto os seus pais trabalhavam na terra, foi circundada por um enxame de abelhas. Estes insetos recobriram a menina, mas estranhamente não a picaram. Um lavrador, que no mesmo momento havia ferido a mão com a enxada e estava correndo para ir curar-se, passou na frente da cesta onde estava deitada Rita. Viu as abelhas que rodeavam a criança, começou a espantá-las e, com grande estupor, à medida que movia o braço, a ferida se cicatrizava completamente.
Rita teria desejado ser monja, todavia ainda jovem (13 anos) os pais, já idosos, a prometeram em casamento a Paulo Ferdinando Mancini, um homem conhecido pelo seu caráter brutal. Santa Rita, habituada ao dever não opôs resistência e se casou com o jovem oficial que comandava a guarnição de Collegiacone, presumivelmente entre os 17-18 anos, isto é, em torno aos anos 1387-1388.
Do casamento entre Rita e Paulo nasceram dois filhos; Giangiacomo Antonio e Paulo Maria que tiveram todo o amor, a ternura e os cuidados da mãe. Ela procurou educar seus filhos na fé e no amor. Porém, eles foram influenciados pelo pai, que com o tempo se mostrou fanfarrão, traidor e entregue aos vícios. E seus filhos o acompanharam.
Rita então, chorava, orava, intercedia e sempre dava bom exemplo a eles. Rita viu, ao longo do tempo a mudança do caráter do marido, que com mansidão de Santa Rita, tornou-se mais dócil. Porém passou por um grande sofrimento ao ter o marido assassinado e ao descobrir que os dois filhos pensavam em vingar a morte do pai. Com um amor heroico por suas almas, ela suplicou a Deus que não os deixassem cometer esse grave pecado. Pouco tempo mais tarde, os dois rapazes morreram depois de preparar-se para o encontro com Deus.
Sem o marido e filhos, Santa Rita entregou-se à oração, penitência e obras de caridade e tentou ser admitida no Convento Agostiniano em Cássia, fato que foi recusado no início. No entanto, ela não desistiu e manteve-se em oração, pedindo a intercessão de seus três santos patronos – São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolau Tolentino – e posteriormente foi aceita no convento. Isso aconteceu por volta de 1441.
Seu refúgio era Jesus Cristo. A santa viveu os impossíveis de sua vida se refugiando no Senhor. Rita quis ser religiosa. Já era uma esposa santa, tornou-se uma viúva santa e depois uma religiosa exemplar. Já na vida religiosa, ela recebeu um estigma na testa, que a fez sofrer muito devido à humilhação que sentia, pois cheirava mal e incomodava os outros. Por isso teve que viver resguardada. Por sua devoção e espiritualidade, recebeu esse estigma (espinho) que a acompanhou durante grande parte da vida e lhe permitiu compartilhar com Jesus as dores de Sua Paixão.
Para Rita os últimos anos foram de sofrimento sem trégua, a sua perseverança na oração a levava a passar muitos dias em sua cela “sem falar com ninguém se não com Deus”, além do mais usava também o cilicio que lhe dava tanto sofrimento, submetia o seu corpo a muitas mortificações: dormia no chão até que se adoentou e ficou doente até os últimos anos da sua vida.
Antes da morte de Rita, um dia de inverno com a temperatura rígida e um manto de neve cobria tudo, uma parente lhe foi visitar e antes de ir embora perguntou à Santa se Ela desejava alguma coisa, Rita respondeu que teria desejado uma rosa da sua horta. Quando voltou a Roccaporena a parente foi à horta e grande foi a sua surpresa quando viu uma belíssima rosa, a colheu e a levou a Rita.
Assim Santa Rita foi denominada a Santa do “Espinho” e a Santa da “Rosa”. Antes de fechar os olhos para sempre, teve a visão de Jesus e da Virgem Maria que a convidavam no Paraíso. Uma monja viu a sua alma subir ao céu acompanhada de Anjos e contemporaneamente os sinos da igreja começaram a tocar sozinhos, enquanto um perfume suavíssimo se espalhou por todo os Mosteiro e do seu quarto viram uma luz luminosa como se fosse entrado o Sol. Era o dia 22 de maio de 1447. Santa Rita de Cássia foi beatificada 180 anos depois da sua subida aos céus e proclamada Santa após 453 anos da sua morte.
Rita de Cássia, a santa das causas impossíveis e do perdão, deixou-nos um legado de fé e perseverança, transmitido por sua vida de amor ao próximo e ao Senhor. Dedicada a Cristo e Seus ensinamentos, foi Seu instrumento para a realização de muitos milagres.
Santa Rita, modelo de humildade e bondade, viveu o Evangelho a tal extremo que foi capaz de perdoar os assassinos de seu marido e de orar por eles. Conheçamos, nestes tempos de individualismo e guerras, a história daquela que praticou e defendeu o maior ensinamento do Senhor: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”. Santa Rita! Rogai por nós!