Monumento do Brasil mais lembrado no exterior, o Cristo Redentor foi iluminado em verde neste domingo, 15 de dezembro, às 19h30, em razão do Dia do Esperanto.
A comemoração dessa data já faz parte do calendário oficial de muitas cidades e estados brasileiros, inclusive do Rio de Janeiro. A cor verde remete à bandeira que representa o movimento dos que defendem o amplo uso da língua internacional Esperanto como segunda língua. Uma língua neutra, que facilita as trocas e as relações internacionais entre cidadãos de diferentes culturas, sem privilegiar os falantes nativos de uma ou de outra língua nacional.
Sob incentivo da Arquidiocese do Rio de Janeiro, o evento conta com o apoio do reitor do Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, Padre Omar. Para uma língua nascida do ideal de confraternizar com os povos, a lembrança da Arquidiocese faz todo sentido. A mais antiga associação de falantes de Esperanto é justamente uma organização secular internacional de católicos falantes de Esperanto, a I.K.U.E., fundada em 1910. A Rádio Vaticana conta com programas semanais nessa língua (https://www.vaticannews.va/eo).
A iniciativa do pedido à Arquidiocese foi de Walter Fontes, um falante de Esperanto da cidade de Niterói, também no estado do Rio de Janeiro. Walter não se cansa de semear voluntariamente essa ideia, em lugares de grande visibilidade e por várias formas. Para conscientizar as pessoas da existência da língua, a divulgação em uma faixa de 20 metros de comprimento puxada por avião, para milhares de pessoas na orla do Rio, foi apenas a mais simples delas. Os painéis luminosos de orientação de tráfego da Ponte Rio-Niterói já fizeram alusão ao Dia do Esperanto, o que foi solicitado por Walter à concessionária da Ponte. Dele também veio a ideia de uma feira de livros em Esperanto durante uma semana, na saída do Terminal de Barcas em Niterói.
O dia 15 de dezembro refere-se à data em que nasceu em 1859, na Polônia, o iniciador da língua, o oftalmologista Lázaro Zamenhof. A língua foi publicada em 1887 e desde então produziu-se nela um grande número de obras literárias, originais e traduzidas. Houve censura à língua nas guerras mundiais, mas hoje encontram-se falantes de Esperanto em mais de 120 países. A língua está presente, por exemplo, no sistema de tradução do Google, na interface do Facebook, na Wikipédia e nas principais distribuições do sistema operacional Linux.