Catequese quaresmal - 4
Nesta quarta catequese, tendo como pano de fundo a juventude, é importante aprofundar sobre a Eucaristia e a importância que os jovens devem dar a este Sacramento. O sinal básico deste Sacramento é a comunhão de mesa: pão e vinho são repartidos, a palavra da última ceia de Jesus convida: “Tomai e comei, (...) bebei” (Mt 26,26s). A Eucaristia cristã, a “Ceia do Senhor” (1 Cor 11, 20), tem sua origem no cear em Israel, que une os participantes entre si e com Deus; na ceia de Jesus com os apóstolos, que eram sinais realizadores de Seu convite para o reino de Deus e de Sua pró-existência (sua existência a favor de outros); e de Sua nova vinda, que os discípulos fizeram “ao partir do pão” (Lc 24,35). Porém se transforma também no sacrifício de louvor, incruento, que se atualiza a cada celebração. Na Eucaristia celebramos o tríduo pascal!
Na última Ceia de Jesus, em face da morte iminente, se concentrou na experiência de Sua ressurreição e de Sua nova vinda, que os discípulos fizeram “ao partir do pão” (Lc 24,35). Desde a aliança do Sinai até a congregação da comunidade na experiência pascal, a Ceia sempre é sinal de aliança: a aliança de Deus com os homens se realiza quando homens se aliam entre si. No comer e beber em comum se recebe a vida, celebra-se a aliança que possibilita a vida.
No Novo Testamento, a comunhão de mesa é o ato de Jesus por várias vezes referido nos Evangelhos. Ele é entendido por amigos e inimigos. Para uns é um ato convidativo, para outros é motivo de escândalo e inimizade por causa dos comensais com os quais Jesus se envolve. Com a parábola do pai misericordioso (cf. Lc 15,11-32), Jesus justifica Sua comunhão de mesa com os pecadores, e com o convite para o banquete, com o qual termina a parábola, tenta convencer os justos a se alegrarem com o retorno do perdido. No relato da Última Ceia, por um lado é ceia de despedida: resumo da vida e, ao mesmo tempo, testamento comprometedor para os discípulos; por outro lado, ela aponta, como todas as comunhões de mesa de Jesus, para o futuro escatológico.
A iniciação cristã encontra seu ápice no Santíssimo Sacramento da Eucaristia. Com efeito, as ações litúrgicas da iniciação vão ordenadas a significar e produzir a união íntima do cristão com Cristo e com a Sua missão. A destinação para essa missão, que se recebe no Batismo, no qual o batizado fica marcado indelevelmente com o sinal de Cristo, reforça-se na plenitude do Espírito Santo, que nos é dada no Sacramento da Confirmação. Mas a Eucaristia, ao estabelecer a comunhão entre a pessoa do cristão e o seu Senhor, morto e ressuscitado, coloca-O diretamente no seio da vida divina. A Eucaristia não é só participação na graça, mas na própria fonte da graça.
A Eucaristia é sacrifical, sacramento da morte e da ressurreição, porque ela é o corpo de Cristo, “corpo entregue”, Ele se torna presente no instante da realização da salvação, corpo entregue e glorificado, a fim de que a Igreja se torne um só corpo com Ele na realização da salvação. A Eucaristia é o Sacramento da presença de Cristo, e é sacrifical em razão dessa presença. A Eucaristia é o sacramento do sacrifício de Cristo, por que, por ela, Cristo se doa à Igreja em Seu único sacrifício, em Sua morte e Sua ressurreição, nas quais foi eternizado. Ele se doa a ela, a fim de que ela celebre com Ele o único sacrifício. A Eucaristia é o corpo de Cristo no ato redentor, dado à Igreja para que se torne aquilo que ela recebe: o corpo de Cristo no ato redentor. Assim, salva em Cristo e com Ele, ela participa na salvação do mundo.
Quanto aos jovens, vejo em nossas paróquias vários movimentos e pastorais juvenis que dedicam algum tempo para adoração ao Santíssimo Sacramento, ou ainda, quantos grupos de jovens que acontecem nos finais de semana têm o encontro e depois o ápice é a celebração da Santa Missa. Em minhas visitas, tenho notado uma maior participação dos jovens nas Santas Missas. A Igreja precisa sempre viver a máxima: “Jovem, evangeliza jovem”. Temos muitos grupos, movimentos, encontros em que a celebração Eucarística como centro de tudo, também se converge tanto para os trabalhos sociais como para tempos de conversão.
Por isso, o tempo de oração que fortalece o trabalho faz com que os jovens dediquem sempre um tempo para adorar o Senhor, pois precisamos de jovens adoradores. Nesse sentido, convido-os para fazerem parte dos adoradores do Santuário da Adoração Perpétua na nossa Igreja Matriz da Paróquia de Santana, no centro da cidade. Esses que adoram o Senhor são também os Jovens que vão levar ao mundo a Palavra do Senhor. E como temos precisado dessa Palavra num mundo em que a falta de Deus tem gerado o esfriamento na fé e obnubilado a razão de tantos! E, por isso, surgem várias coisas: a violência, o mundo das drogas, a prostituição, a criminalidade e tantos outros problemas.
Jovens, vocês podem ter um coração Eucarístico e levar ao mundo a semente da Palavra do Senhor, que é: a paz, o amor e a misericórdia através do testemunho de vida de cada um!