Missa celebra os 150 anos de fundação da Congregação das Filhas da Caridade do Preciosíssimo Sangue

Nessa sexta-feira, 6 de janeiro, às 11h, foi realizada uma Missa em Ação de Graças pelos 150 anos de fundação da Congregação das Filhas da Caridade do Preciosíssimo Sangue, presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Dom Roque Costa Souza. Devido a forte chuva, a celebração que seria realizada no Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor foi transferida para a Basílica Imaculada Conceição, em Botafogo.

A cerimônia faz parte do Jubileu celebrativo e comemorativo dos 150 anos da presença da Congregação na Igreja e no mundo, que tem por objetivo principal dar maior glória à Caridade do Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, para que Deus seja mais conhecido, amado e louvado, propagando por todos os meios a devoção ao Preciosíssimo Sangue.

História da Congregação das Filhas da Caridade do Preciosíssimo Sangue

No dia 6 de janeiro de 1873 nascia, na Diocese de Nocera – Pagani, Itália, o Instituto das Filhas da Caridade do Preciosíssimo Sangue, fundado pelo Beato Tomás Maria Fusco.

Tomás Maria Fusco nasceu em Pagani, (Salerno-Itália), em 1º de dezembro de 1831. Era filho do farmacêutico Dr. Antônio Fusco e da senhora Stella Fusco Giordano. No ano de 1837, durante uma epidemia de cólera, perdeu sua mãe. Tomás estava apenas com seis anos de idade. Quatro anos mais tarde perdeu o pai Antônio. Tomás ficou aos cuidados do tio sacerdote Giuseppe Fusco e de seu irmão sacerdote Rafael Fusco.

Ingressou no Seminário Diocesano de Nocera, Pagani em 1847, e após o período de formação, em 22 de dezembro de 1855 foi ordenado sacerdote, com 24 anos de idade. Em 06 de janeiro de 1873, Padre Tomás Maria Fusco, fundou a Congregação das Filhas da Caridade do Preciosíssimo Sangue. Após um grande apostolado dedicado à difusão do amor de Deus e do Sangue de Cristo, Padre Tomás, missionário apostólico, sacerdote exemplar, em 24 de fevereiro de 1891, partiu desta vida para Cristo. Quando a notícia se espalhou, todos foram para rua aclamando que morreu um santo.

Em 07 de outubro de 2001, em Roma, foi proclamado Beato por São João Paulo II. O Beato Tomás Maria Fusco, em sua sublime teologia do amor e do sangue, ao estudar o Antigo e Novo Testamento percebeu o valor, a força e a eficácia do Sangue que encontra em Jesus a plena realização e sentido: “Aquele que nos ama, e que nos lavou de nossos pecados com seu Sangue” (cf. Ap 1,5), e descobriu o significado do termo Caridade do Sangue de Cristo: “Na caridade que teve por nós, Jesus Cristo, Nosso Senhor, na vontade de Deus, deu por nós o seu sangue, a sua carne pela nossa carne, a sua alma pela nossa alma” (CLEMENTE ROMANO, Ai Corinto, 49, 6apud DIRETTORIO, p. 20). São dois os temas centrais que Padre Tomás focaliza de maneira especial: o Sangue do divino Redentor e a sua Caridade.

A Congregação das Filhas da Caridade do Preciosíssimo Sangue conjuga, no seu carisma, exatamente esses dois aspectos de sua meditação: Caridade de Deus que se faz dom e que nos leva a uma ação concreta, ou seja, “a doação da nossa vida, pelos irmãos” (SICILIANO; SCHIAVONE, 2016, p. 34).

Do núcleo escolhido pelo Beato Tomás Maria Fusco dentre as Filhas de Maria, surgiram as Monjas de Casa, virgens que viviam a sua consagração permanecendo em família e que teve o nome de “Filhas do Preciosíssimo Sangue”, sob uma única regra, publicada especialmente para elas: o Regulamento de Vida Devota. A família religiosa retratava e refletia a mais viva imagem daquela divina Caridade com que foi derramado o Preciosíssimo Sangue de Jesus Cristo e, do qual o mesmo Sangue é sinal, expressão, medida e penhor.

De forma privada, no Santuário da “Madonna dei Bagni”, o Beato entregou a três jovens o hábito religioso, confiando a elas a missão de ser no mundo, e com os irmãos, a mais viva imagem do Amor do Pai, que tanto amou o mundo e entregou o seu Filho único.

Em 6 de janeiro de 1873, no Santuário da “Maddona del Carmine”, do qual o Beato Fusco era um dos capelães, acontece a Profissão religiosa das três Irmãs, às quais são confiadas sete meninas órfãs, escolhidas entre as mais pobres da cidade de Pagani.

O Beato Tomás escreveu para as irmãs uma regra em 1883; depois de um triênio de prova, em 14 de julho de 1886, a Congregação recebeu a aprovação diocesana. No seu leito de morte comunicou o seu testamento a Nicola Giordano, seu sobrinho e sacerdote, a quem confiou o governo da Congregação.

No dia 1° de maio de 1911, chegou o Decreto de Louvor por parte do Papa São Pio X, que em agosto do ano sucessivo, concedeu também a aprovação definitiva do Instituto. No dia 10 de abril de 1921, o Papa Bento XV aprovou definitivamente as Constituições e, em novembro do mesmo ano, concedeu ao Instituto acrescentar, em todas as capelas da Congregação, a invocação “Deus seja bendito”, também “Bendito seja o seu Preciosíssimo Sangue”.

No dia 25 de agosto de 1930, a Congregação abriu uma casa e uma escola em Roma. Três anos mais tarde esta casa tornou-se a Casa Geral e, em anexo, o Noviciado. Hoje, o Instituto está em vários países mundo afora: Itália, Estados Unidos, Brasil, Índia, Nigéria, Filipinas, Indonésia e Timor Leste.