Preciso pedir?

Desde pequenos somos educados e treinados para sermos independentes, já notou? Pelo exemplo daqueles que estão ao nosso lado, aprendemos a andar, a falar, a nos vestir, a cuidar da higiene pessoal etc. Ao chegarmos à adolescência e juventude, parece que nada mais importa do que sermos os donos do nosso próprio nariz para escolhermos nossos relacionamentos, nossas profissões e a forma de nos portarmos socialmente. E ao atingirmos a maturidade acreditamos, então, com todas as forças, que o que vamos adquirindo ao longo da vida é fruto do nosso esforço pessoal. Diante de tanta independência, para que pedir coisas a Deus, em oração?
Há muitas pessoas que têm fé e que louvam ao Senhor, mas que se recusam a acreditar que vale a pena pedir a Ele o que quer que seja, porque, no seu entendimento, Ele não poderia ser tão próximo assim, para se importar com os detalhes da nossa história... Será mesmo? Ou será que a verdade é que, após uma vida toda aprendendo a ser independentes, não queremos nos colocar sob a dependência de alguém? Sim, porque a partir do momento em que pedimos ao Senhor algo estamos nos sujeitando à Sua vontade e ao Seu tempo e, assim, reconhecendo Sua soberania sobre tudo, inclusive sobre nós.
Jesus também ensinou pelo exemplo. Mas não a sermos independentes. Na liturgia de hoje, ao estar em oração, Ele, ao ser questionado sobre como rezar, ensinou que não basta somente louvar, mas que também é preciso pedir o necessário (Oração do Pai Nosso), reconhecendo a grandeza de Deus e se colocando sob sua dependência e cuidado. E ainda afirmou: 
“Pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto. Pois, quem pede recebe, quem procura encontra, e, para quem bate se abrirá.” (Lc 11, 9-10)
É uma linda promessa! Cabe a nós a acolhermos e praticarmos essa bonita dependência de Deus, expressa na oração de súplica. Quem ora assim reconhece que o Senhor quis estar próximo de nós, participando da nossa história, e dá a Ele o lugar que lhe pertence na nossa vida.