Querer ser bom

    É tão difícil querer ser bom com quem não se importa com a gente, não é verdade? É fato que é mais fácil ser amável e bondoso com quem não temos tanta proximidade do que com alguém que, apesar das nossas tentativas, continua a nos tratar mal ou a nos ignorar porque, por algum motivo, não nos quer por perto. Nossa tendência é desistir dessa pessoa, alimentar a inimizade e nos precavermos de toda a maldade que possa vir dela. Já parou para pensar a razão pela qual isso acontece? Antes de qualquer desculpa que queiramos dar, acontece porque não somos perfeitos, como o Pai deseja que sejamos — à Sua imagem e semelhança.
    A verdade é que, mesmo que não queiramos admitir, sempre esperamos, pelo menos, a mínima retribuição por aquilo que fazemos a alguém e, ao mesmo tempo, nos importamos demais com os julgamentos dos outros. Precisamos aprender a amar gratuitamente. A entender que, no final das contas, nada é entre nós e os outros, mas sim entre nós e Deus.
    Fazer o bem a um colega do setor, que costumamos apenas cumprimentar, é tranquilo. Parece até ser parte de um ritual de aproximação. O complicado é fazer o bem a quem nos persegue, prejudica ou despreza. Mas será que já pensamos que quem opta por fazer o mal precisa ainda mais do nosso testemunho cristão para ter o seu coração tocado por Deus? Os fatos também mostram que quando uma pessoa se sente amada e importante aos olhos de outra abandona a maldade... Lembremos, então, que se desistirmos de alguém ou deixarmos de fazer o bem não estaremos sendo do jeitinho que Deus nos fez. Estaremos desfigurados na nossa essência. Porque o Senhor nos fez bons!

“Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque Ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre justos e injustos”. (Mt 5, 44-45)

    Vamos acreditar na força positiva que o bem tem! Nada que tentemos pelo outro é em vão. Nunca. Ousemos ser como Deus nos fez: bons!